Especial - De mãos abanando


A X360 investiga se um portátil do Xbox 360 seria possível - e o que os produtores gostariam de ver

Qualquer pessoa que acompanhe o progresso do Xbox sabe que há um desolador buraco na ofensiva da Microsoft para dominar o mercado de games. Assim como muitas empresas, a Microsoft esconde seus novos conceitos da concorrência com uma capa à prova de balas. Mas, há alguns meses, a sensação era de que uma revolução estivesse para chegar. Finalmente, a Microsoft parecia preparada para lançar seu primeiro console portátil. A confirmação veio em maio, quando Chris Stephenson, o gerente geral de marketing de consumidores do braço de TV, vídeo e música da Microsoft, falou ao mundo que um aparelho portatil para games estava sendo planejado. Ele não revelou a data de lançamento, mas ainda assim foi uma notícia bem-vinda.


Das grandes companhias, a Microsoft foi a única que se absteve de gaming portátil: a Nintendo tem seu imensamente popular DS; a Sony tem o seu menos unânime PSP; e até a Apple entrou na festa com seu iphone. Da Microsoft, nada, niente, um vácuo esperando para ser preenchido. Por isso, uma parte de nós torcia para que a empresa anunciasse um portátil do Xbox 360. Mesmo que Stephenson tivesse afirmado que a companhia pretendia trabalhar em recursos para jogo no seu player multimídia Zune, ainda achávamos que a força do Xbox era grande demais para a Microsoft deixar de lado. Xbox, afinal de contas, é igual a jogo, e se você vai produzir um portátil, é prudente fazê-lo sob uma marca já conhecida. Mas, quem diria, não foi este o caso. Chega setembro e a Microsoft lança o Zune HD (nos EUA, pelo menos), e o posiciona no universo dos games. Já há uma série de games preparados para o novo aparelho, entre eles Project Gotham Racing: Ferrari Edition, Audiosurf Tilt e Vans Sk8: Pool Service. E, com as notícias do lançamento, as esperanças para uma versão portátil do Xbox foram extintas, pelo menos por enquanto.


Para as pessoas que não acompanham o mercado de games, o Zune HD parece outra tentativa da Microsoft de conseguir algo com a marca Zune, que surgiu em 2006. É razoável dizer que a empresa não teve muita sorte com o produto, que vendeu apenas 3 milhões de unidades no globo. O Zune HD é a quinta versão em três anos. O problema é que as pessoas têm prestado mais atenção aos dominantes iPod Touch e iPhone, da Apple, aparelhos revolucionários que estão fazendo outras empresas repensarem suas estratégias, não apenas na maneira com a qual os games são produzidos e jogados, mas também como são vendidos.
O domínio da Apple no espaço de players multimídia é tão grande que, quando Stephenson disse que o Zune traria conteúdo de jogos e outros atributos agora familiares dos jogadores (como tela sensível a toque, Wi-Fi, browser de internet e vídeo), ninguém ficou muito surpreso – e nem agora, com o Zune HD, o que fez com que Stephenson se dedicasse a reformular a ideia da marca na cabeça dos consumidores.

“As pessoas acham que Zune é só para MP3, mas não é”, disse em entrevista à Develop Magazine. “é também para outros conteúdos, inclusive vídeo”. Difundir essa mensagem não será tão fácil e, além disso, ao forçar o Zune no mercado, a Microsoft pode ter matado qualquer chance de um portátil do Xbox 360. A companhia de Bill Gates fez uma conexão do aparelho com o Xbox 360 ao disponibilizar o mercado de vídeos do Zune no do console, permitindo streams instantâneos a 1080 p de resolução e áudio em 5.1 canais. Mas, ainda assim, fica a pergunta: a Microsoft está seguindo o caminho errado?

“A única maneira para a Microsoft se dar bem no mercado de portateis é criando um modelo de mercado aberto, como o iPhone”, diz Lorne Lanning, produtor da série Oddworld. “Seria bom evitar que fosse um sistema fechado como o Xbox ou qualquer outro console. Se a Microsoft criar um sistema aberto, no qual várias pequenas empresas pudessem vender aplicativos, seria muito excitante”. Há quem diga que a Microsoft deveria ter rebatizado o Zune de Xbox, para afastar a crença de que esse aparelho é voltado para o mercado de MP3. Mas, se fosse o caso, haveria o perigo do Zune ser visto apenas como um videogame portátil, o que também não é. A Microsoft quer que o Zune seja um player de mídia portátil; uma belezinha de plástico, vidro e alumínio, menor do que o iPod Touch – tem um display multi-toque de 3,3 polegadas – mas não menos impressionante.

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